quarta-feira, 14 de dezembro de 2011

as vezes somos construídos de bases tão frágeis que temos medo de qualquer mudança. temos medo que a falta ou o acréscimo de algo quebre nossos finos elos, que, precariamente, nos unem à realidade. tentamos ser constantes. fato que nos faz, muitas vezes, nos hermetizarmos, nos apegarmos a tudo aquilo que conhecemos. mas, embora todo esforço, acabamos cultivando ervas daninhas que, dentro de nós, crescem e sufocam. nos apegamos à coisas que eram do passado, somente do passado, e que não voltam mais. queremos que seja igual, mas não é. e isso te sufoca, te machuca. mas não sabemos se somos fortes o suficiente para abrirmos mão daquilo que esteve ali por tanto tempo, e que, alguma vez, já te sustentou. de modo que, mais uma vez. todo o esforço para nos mantermos em pé nos sufoca. balançando nosso frágil castelo de cartas.

sexta-feira, 14 de outubro de 2011

22.04.2009

Poderia negar-se ao dom de amar?

quando tudo é feito dessa doce e pura sinfonia.
Nada simples, quem dera fosse decifrada
de grande orquestra a simples melodia.

Negar-se a fazer o bem,
a amar o louco ou o desconhecido.
Mas não suportar, porém,
a doce ilusão de um coração partido.

Quisera eu, deixar-te ir embora,
e levar consigo toda complicação
que, muitas vezes, parece tormento
que me envolve e me joga feito furacão.

Quisera eu, livrar-me das feridas,
que hora vem e trazem confusão
de ideias, fatos, palavras proferidas,
que sobrecarregam o pobre coração.

Quisera eu esquecer que não posso
mais viver sem toda essa dor.
Pois nada é, senão, aquilo,
que muitos outros chamam de amor.

segunda-feira, 20 de junho de 2011

Uno.

Às vezes acho que na vida não cabe todo mundo. Pelo menos não nessa vida que nos obrigam a viver. No mundo há pessoas singulares, pequenos pontos de luz que,  infelizmente, só têm aquele jeito de brilhar.
Como pôr  esses minúsculos pontos  e trancá-los em uma sala escura ou obrigá-los a viver em outros mundos?? Se bem que, levando em consideração outras situações, ficariam muito melhores em uma sala escura, sozinhos com seus brilhos e seus pensamentos, aproveitando-se das suas quase inexistências e contemplando o brilho dos outros- oportunidade rara, já que quase sempre são destinados a viverem sozinhos, apagando-se diante da grandeza dos outros, e quase nunca encontrando outro igual a si. Por isso sempre se dão conta de suas inexistências, pois o mundo não os comporta, não os tolera...
São obrigados a levarem a vida com outros que não os compreendem, outros que não aceitam toda a suas imensidões, ou falta delas... Por isso a vida os enche, os sufoca. A vida. Essa mesma cheia de cálculos, cheia de fórmulas, cheia de lentidão e pressa. - mas a minha pressa e a minha lentidão ela não tem. Pois também sou um ponto errante, às vezes.-
E é por isso que só encontram plenitude nos vazios do mundo - fendas que se abrem como casulos prontos para niná-los- porque seus próprios vazios são grandes e complexos demais. e poderiam engoli-los.

quinta-feira, 5 de maio de 2011

Desabafo.

Porque o tempo não nos faz esquecer coisas que pra nós são tão importantes? E que doem pela ausência, pela falta, pela saudade.

não consigo mais escrever
o que meu coração tanto quer falar
o que eu não entendo e que já cansei
de tanto me explicar.

(...)


quarta-feira, 27 de abril de 2011


Podia ser muito jovem pra saber amar
Mas minha vida encheu-se de sol, quando te conheci
E como música teus passos me guiaram
(mesmo sem saber dançar)
Ao que, um dia, não imaginei que pudesse existir.

E o sol entao brilhou
Entoando a mais linda canção
E o vento entao soprou
E o meu abrigo foi teu coração

Nem as mais belas palavras, me cativaram assim
Foram todas tão vazias, tão iguais pra mim.
Ao contrário do que fizeste, do que pude conhecer
Os mais belos caminhos me levavam a você...

E a maior estrela agora brilha
Como um compromisso que nao tem fim
E eu te ofereço a mais bela rosa
Que cultivei em meu jardim



.

Plenitude.

" Na plenitude da felicidade, cada dia é uma vida inteira."
Johann Goethe



Maior que o mundo e que a mim mesma
Amor tão grande que me consome
Amor que me completa, que me preenche
Que faz com que meus dias sejam completos
E as noites lindas, mesmo as mais insones.

Me toma em teus braços
E que, na nossa eternidade,um único ser sejamos
Que eu me morra em cada beijo, em cada abraço
E que eu renasça em teus braços,
Construindo, a cada dia, o que, um dia, sonhamos.

terça-feira, 26 de abril de 2011

Afogamento.

" No fundo, é isso, a solidão: envolvermo-nos no casulo da nossa alma, fazermo-nos crisálida e aguardarmos a metamorfose, porque ela acaba sempre por chegar."
August Strindberg

E o que fazer quando você quer fugir, pra qualquer lugar, longe de toda (essa) dor insuportável, mas sabe que não existe lugar algum pra ir?
Fecho os olhos e, cada vez mais, sinto-me afundar. Sinto o peso do meu corpo, cada vez mais real, me lembrando de que estou presa onde estou.
Queremos que as coisas mudem, mas, ao mesmo tempo, não queremos mudanças. Porque temos medo? Queremos que a mudança ocorra dentro de nós sem que o mundo exterior se altere. Ou o contrário? Depende. Só não queremos furacões. Não mais do que os que já existem em nossas cabeças. Acho que temos (tenho) medo porque tudo está ligado por um equilíbrio tão delicado...
Podemos quebrá-lo? Temos coragem?



.

Lacunas.



O que acontece com as palavras
quando já não há sobre o que escrever?
Quando a cabeça do poeta falha e a mão fraqueja,
sem vida, sem inspiração, sem prazer.

O que fazer com as débeis palavras
que plumeiam, soltas pelo ar
À espera de uma frase, de uma rima
De um pensamento que as faça respirar

E perfumar de riso os sois de primavera
E de presença a mais carente melodia
De amores, as esperanças que degelam
E de vida, o angustiado coração -do poeta- que sibila



.


segunda-feira, 18 de abril de 2011

Solitude.

" O amor calcula as horas por meses, e os dias por anos; e cada pequena ausência é uma eternidade."
John Dryden



Às vezes no sentimos tão sozinhos... O desespero é tão grande e tão presente que a inércia é o movimento mais constante que fazemos. Desejamos não pensar, fazer ou sentir nada, porque o mundo real é tão caótico que não suportamos. Não mais.
Choramos tanto que chorar já pareçe bobagem. Pensamos tanto que os pensamentos se colidiram a ponto de se pulverizarem; nos colocando em um devaneio semi-real. Lutamos, pedimos, gritamos tanto que agora nossa força só é suficiente pra dizermos que não podemos mais.
Me sinto sozinha. E desesperada. O chão se vai quando você não consegue encontrar seu único apoio. E o mundo se desfaz feito nuvem.
O que fazer pra levar tudo isso embora? Tão pouco...
Mas as pessoas, às vezes, não entendem. Às vezes precisamos esqueçer nossos egos e todas as nossas "certezas" pra conseguirmos entender o que o outro sente. Porque nem tudo é tão complicado assim...
Não queremos ouvir o quanto o mundo é complicado e o quanto nós estamos errados, porque isso tudo já sabemos e nos pesa muito.
Só queremos alguém que nos ouça e que possamos ter do nosso lado pra passar por tudo isso, e nada mais...
Ter de estar, e não de ser. Só ficar...
Não é preciso tanto assim pra isso... Principalmente quando, antes, nos disponibilizamos a fazer qualquer coisa. E toda força se torna vã quando não entendemos o que devemos perceber.
Porque, às vezes, só queremos alguém que deite do nosso lado e escute as batidas do nosso coração. (E vice-versa)



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Sacrifício.



Porque, muitas vezes, criamos máscaras e armaduras para nos tornarmos super-herois de um mundo frio e superficial? Escondemos o rosto porque não acreditamos em algo que não vemos.
Mas acho que, de vez em quando, ainda devemos nos machucar um pouco por alguém que valha a pena - ou que pelo mneos acreditemos que possa valer - porque a recompensa é prazeirosa e verdadeira; não que devamos esperar por ela.




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terça-feira, 15 de março de 2011

Elevar, amar, sonhar...

Me magoa o fato das pessoas não serem sensíveis. Não tão bobas quanto eu, pois isso também e ruim, mas sensíveis à vida e às pessoas.
Quantas vezes não magoamos alguém por não entendermos o que esse alguém sentia? Quantas vezes não negamos conforto por não conseguirmos enxergar a fragilidade do outro?
Apesar de tudo, acho que deveríamos valorizar mais as pessoas, porque elas são únicas, e a vida é curta demais pra que você desconfie de tudo.
Me magoa o fato das pessoas não serem sensíveis ao amor. Pois o amor está na vida, no cuidado, na angústia e na felicidade. O amor está na essência das coisas boas e somente é visível para aqueles que se permitem sonhar.

quinta-feira, 3 de março de 2011

Inconsistência.

penso. o momento é tao puro que queima por dentro. talvez nao estejamos preparados pra entender a plenitude do amor....

Nao, nao estamos preparados pra sentir a totalidade do amor... E os que ainda o sentem, nao o sentem de verdade, pois realmente nao acredito que possamos viver e amar. visto que a vida é finita e o amor imortal. bençao ou maliçao? me sinto mal em falar isso, pois o amor é plenitude, pureza e bondade, mas nós nao suportamos algo tao grande e tao intenso. Somos passionais e apegados. nos questionaríamos sobre a vida. porque, se existe algo assim tao grande e tao bom, por que isso poderia ser tirado de nós? pudera antes nunca ter sentido, do que morrer na agonia da saudade, da loucura. Porque o amor é luz, é vida; mas sua ausência é morte e nda mais.... Mas, contraditoriamente me corrijo, e digo que vale a pena... mas porque o preço é tao caro? o valor de uma vida...( ou duas?)


24.01.11


retificando: sabe quando você lê uma coisa que escreveu a muito tempo e acha a maior bobagem do mundo? pois é...

quis te dar palavras de consolo,
minhas palavras,
mas só tinha meu coraçao
que tomaste com fervura
que amaste com ternura
e que contigo permaneceu.

nao vá embora, querido.
nao deixe aqui comigo
o desespero e a solidao,
um amor perfeito e puro,
a perspectiva de um futuro
palpáveis às nossas maos.

nao me tire a vida, amor
pois sem teus laços de doçura
eu nao quero viver nao.

e se quisesse nao podia
pois viveria em agonia
no submundo da escuridao.

com meus passos nebulosos
vagaria no soturno
procurando feito louco teu rosto, teu coraçao

as horas me matariam
a vida me consumiria
e o que antes aqui ardia
morreria de solidao

Oh vida! O que queres?
O que me destes? bençao ou maldiçao?
Um amor maior que tudo
Que a minha vida, que o mundo
Maior que meu coraçao.

Porque uma vida tao curta?
Uma incerteza tao muda?
Que nada mostra, nada diz.

Óh, meu querido amado,
Dizem que o amor é forte
Que é maior do que a morte,
E infinito mesmo em seu fim

Mas a vida nao é vida
sem o amor que a mesma finda
sem a luz que trazes pra mim.
sao só trevas, amargura
agonia, louca e pura.
pudera eu ir embora contigo, no nosso terno fim.



19.01.11

Brincando com as palavras.

Sugestao do professor: texto sem verbos. É, eu tentei. Rendeu mais que isso, mas o resto ficou confuso demais.

Despertador silencioso; olhos pregiçosos, sonhos recentes. Que horas? Tarde. Maos ágeis e nervosas. Nuvens e pensamentos (ou nuvens de pensamentos?) chuvosos. O derretimento de ideias, pingos escassos de vontade. Chove lá fora (ou aqui dentro?), junto com o escurecer da fria manha.



19.01.11

Cárcere.

Uma angústia nostálgica, sufocante e agoniante por nao ter motivo. Logo quando todas as minhas certezas se confirmam, numa estabilidade calma e prazeirosa, quase divina.
Quando me encontro à essência da vida, na forma mais plena do amar.

Nao, nao tenho motivos.

A nao ser que sinta angústia por nao ter motivos para me angustiar. Como se o tédio da estabilidade me fizesse perceber que nao há nada além dela. Mas nao o sinto, nao o tédio. Os dias me parecem extremamente vivos, mesmo na falta do que fazer, me sinto preenchida pela descoberta diária das mil maneiras de amar, de modo que o nada também me parece atraente. Um doar-se à vontade, à alegria, sabendo também que sou extremamente amada. Nao que eu mereça, mas o amor nao necessita de méritos.
Mas, ao fundo e apesar de tudo, ainda a sinto. Antiga companheira de horas lúgubres, astuta e ágil como quem conhece todos os meus defeitos a ponto de sber como torturar-me, como quem persegue uma presa, a angústia me adoeçe.
Como um pecado secreto, um preço por tanta felicidade ou uma culpa envergonhada, que me faz prender a respiraçao com medo de que escape pela boca ou derrame por meus olhos.


E assim, em tortura quase calculada, me sinto sufocada.



25.05.10

Me foge com as palavras
me arranca a respiraçao
me toma os pensamentos
e se apossa do meu coraçao



um possuir sem dono,
sem trono, sem regra
Dado assim sem engano,
sem plano, sem pressa.



Assim como minha vida,
amor, que é só tua
Mesmo assim cheia de falhas
mesmo assim cheia de culpa.



Inconsequentemente dada.
Incondicionalmente tua.



Incondicionalmente humano,
profano, divino.
Irrevogavelmente amor,
somente amor, e além disso.




26.02.10

Fluidez.

A menina, à beira do rio, joagava pedras na água como se o tempo fosse infinito, como se jogasse lembranças e as esperasse afundar... calma e lentamente, a cada pedra uma nova vida, a cada mergulho uma nova chance.




26.02.10

Convicções.

"Eu tinha jurado a mim mesma que estava contente com a solidão"


Achamos que sabemos de tudo sobre nós, estamos acostumados com o padrão que criamos para nós mesmos, mas, ás vezes, a vida nos faz perceber que nada é definitivo.

Acreditei por muito tempo que poderia viver do jeito que vivia, cercada por meus amigos, família, desejos, mas, mesmo assim, sozinha.




09.12.09

Suspensão.

Estava cada vez mais perto... do fim

Se sentia cada vez mais perto do... nada

Tudo o que via estava abaixo dos seus pés, mas ela estava caindo... via todos à sua volta, mas não conseguia alcançá-los . Talvez fosse só um sonho... se sentia leve, cada vez mais leve... Talvez o nada fosse melhor que a dor, mas não importava, já estava acostumada com o vazio, ou tentava acreditar nisso.

Estava quebrada, por mais que tudo parecesse bem, algo dentro dela havia se quebrado, e machucava pensar nisso, embora não conseguisse esquecer.

Não se sentia segura o suficiente pra sorrir novamente, por mais que quisesse... Mas ninguém precisava saber , não mais... Não queria ser mais um peso pra ninguém, e não mais iria ser... Porque era só isso que era capaz de ser, até pra quem mais amava.... não conseguia fazê-lo feliz. Mas, como já disse, não ia mais ser um peso na vida de ninguém, atrapalhar os sonhos, a vida daquele que possuía seu coração...

Ah, mas que coração! Como se isso fosse grande coisa... como se não passasse de um mundo de lágrimas, incertezas, angústias e, acima de tudo, amor. Mas à essa altura isso não parecia verdadeiro aos olhos de quem mais importava. E era engraçado até , afinal, se não era isso, o que mais seria? O que mais a faria sorrir e chorar e, ao mesmo tempo não querer ficar longe disso senão o amor que sentia? Ah... um dia ela imaginou que o amor seria bem mais simples, mas agora sabe que poderia morrer por ele. Como queria por um basta em tudo, parar de reclamar tanto... Afinal, o que mais fazia se não isso? Já se conformara com a angústia em que vivia, mas isso já não era suficiente. Ela queria mais, ou simplesmente o nada.

Mas ela estava quase longe de tudo... se sentia quase confortável enquanto seus pés não tocavam mais o chão. Só queria abrir os olhos mais uma vez e saber se ainda poderiam acreditar no seu amor(afinal, era tudo o que tinha)... mas nos seus sonhos ela se sentia mais confortável e segura, então, dessa vez, ela desejou não mais acordar.



07.12.09

Tirando da estante.

Resolvi postar umas tantas coisas guardadas a muito tempo. Talvez me empolgue a escrever de novo.

Pensamentos antigos, nem todos ainda consolidados. Somente um amontoado de coisas...