segunda-feira, 20 de junho de 2011

Uno.

Às vezes acho que na vida não cabe todo mundo. Pelo menos não nessa vida que nos obrigam a viver. No mundo há pessoas singulares, pequenos pontos de luz que,  infelizmente, só têm aquele jeito de brilhar.
Como pôr  esses minúsculos pontos  e trancá-los em uma sala escura ou obrigá-los a viver em outros mundos?? Se bem que, levando em consideração outras situações, ficariam muito melhores em uma sala escura, sozinhos com seus brilhos e seus pensamentos, aproveitando-se das suas quase inexistências e contemplando o brilho dos outros- oportunidade rara, já que quase sempre são destinados a viverem sozinhos, apagando-se diante da grandeza dos outros, e quase nunca encontrando outro igual a si. Por isso sempre se dão conta de suas inexistências, pois o mundo não os comporta, não os tolera...
São obrigados a levarem a vida com outros que não os compreendem, outros que não aceitam toda a suas imensidões, ou falta delas... Por isso a vida os enche, os sufoca. A vida. Essa mesma cheia de cálculos, cheia de fórmulas, cheia de lentidão e pressa. - mas a minha pressa e a minha lentidão ela não tem. Pois também sou um ponto errante, às vezes.-
E é por isso que só encontram plenitude nos vazios do mundo - fendas que se abrem como casulos prontos para niná-los- porque seus próprios vazios são grandes e complexos demais. e poderiam engoli-los.