Poderia negar-se ao dom de amar?
quando tudo é feito dessa doce e pura sinfonia.
Nada simples, quem dera fosse decifrada
de grande orquestra a simples melodia.
Negar-se a fazer o bem,
a amar o louco ou o desconhecido.
Mas não suportar, porém,
a doce ilusão de um coração partido.
Quisera eu, deixar-te ir embora,
e levar consigo toda complicação
que, muitas vezes, parece tormento
que me envolve e me joga feito furacão.
Quisera eu, livrar-me das feridas,
que hora vem e trazem confusão
de ideias, fatos, palavras proferidas,
que sobrecarregam o pobre coração.
Quisera eu esquecer que não posso
mais viver sem toda essa dor.
Pois nada é, senão, aquilo,
que muitos outros chamam de amor.