segunda-feira, 12 de agosto de 2013

Latência.

Sabe aquele momento em você percebe que ao respirar não faz esforço e que a mente há tempos desacelerou os rodopios? Percebe que já não existem planos mirabolantes e listas infinitas (só meia dúzia de vontades num papel). Percebe que já não há tanto drama ou exagero. Algo mudou sem que eu me desse conta. Será isso o que chamam de amadurecimento? Isso meio sem graça, meio sem desvio... Será isso o preço que a gente paga ao ser jogado no meio de uma sociedade quadrada e coerente; o preço que pagamos pra sermos responsáveis e iguais. O preço que pagamos pra sermos quem, no meio daquela época desvairada, escolhemos ser?
Mas se, ao esconder o que sou, em busca daquilo que pretendo ser, acabar não sendo mais quem eu era? Um caminho sem volta, sem reversão...
É preciso guardar com cuidado a essência do que se é para que não se perca no meio do caminho, senão todo caminho percorrido será em vão...
É preciso se guardar, ao se jogar no meio desse nada sem graça e sem sentido, em que é preciso sobreviver e focar no alvo. O foco deve ser firme, mas sem viseiras que nos ceguem daquilo que precisamos enxergar.
Que existam sempre as distrações para que nos lembremos aquilos que nos rege à vida.
Que minhas distrações me movam sempre ao alvo, ao meu desejo de ser tudo e não perder nada do que me faz feliz. Mesmo possuindo tantas coisas contrárias e contraditórias, pois é essa divergência que me faz andar, deixar com que meus 'eus' briguem entre si e vençam -um em cada hora, e eu possa experimentar a vida com todos os eus que existem em mim.