sábado, 11 de fevereiro de 2012

Dialética.


É claro que a vida é boa 
E a alegria, a única indizível emoção
É claro que te acho linda 
Em ti bendigo o amor das coisas simples 
É claro que te amo 
E tenho tudo para ser feliz 
Mas acontece que eu sou triste...
Vinícius de Moraes

segunda-feira, 6 de fevereiro de 2012

queria voltar à velha vida. aos intensos e incessantes fluxos que existiam dentro de mim. poder canalizá-los, saboreá-los e transformá-los em palavras como antes. palavras, e só.
mas é tão chato como às vezes as pessoas querem dar significado a cada vírgula que se escreve, como se o significado de cada palavra estivesse preso dentro de cada uma delas. mas não vejo assim. as palavras são livres de significado fixo, são soltas e entrelaçam-se delicadamente umas nas outras formando um equilíbrio sinfônico, melódico. e só. poesias são o entrelaçamento de palavras. que, como músicas, podem ter o mais infinito universo de possibilidades e interpretações. e assim como as palavras, não estou presa em mim mesma. sou livre para, às vezes, nem saber onde me encontro ou quem sou... de tal forma que transformo em palavras os fluxos do meu coração, que é inconstante.  tornado minha criação inconstante e híbrida. que é mais não é. que foi e continua sendo. que existe mas que, ao mesmo tempo, é irreal.
porque querem me prender ao que sou? se o que sou ainda é uma constante busca? busca e perda, encontro e surpresa. as palavras são livres para SER. e quem as escreve é livre para criar. criar o irreal tornando real em determinado dia, em determinada pessoa. transformar um punhado de divagação em algo que ainda não sentiu, ou nunca vai sentir, em algo que ainda não conhece.

Lança.



o amor de velhos amigos
com gosto de chuva fina e flor
vontade guardada no peito
saudade do que nunca findou.

saudade do que não vem mais
 -em um velho poema: lembranças-
sentimento singelo e tenaz,
desejo de voltar atrás,
e trazer de volta o que, em meu peito,
valia um bom punhado de alegria e confiança