segunda-feira, 2 de novembro de 2009

alicerce.'

E a medida que o tempo passava ela se sentia cada vez mais incompleta. Mas não se preocupava em preencher esse vazio, não mais. Queria ser auto-suficiente, poder suprir suas próprias necessidades, sentir-se completa de si mesma. Queria ser forte. Suficientemente forte para conseguir se apoiar sobre as próprias pernas, levantar todo o peso sobre suas costas e suportar a própria dor, angústia e solidão. Sozinha. Queria poder fazer tudo isso sozinha, sem precisar se apoiar em nada nem ninguém. Mas, era da sua natureza idiota e emotiva precisar de algo, necessitar de uma força maior que a fizesse sentir sustentada e completa, algo que a fizesse simplesmente querer viver... Risos, era isso o que sempre ouvia... Uma alma frágil e miserável como aquela não merecia nada mais que isso, e, fútil como era, se agarrava a qualquer laço de felicidade e estabilidade. Mas, como seus braços não eram suficientemente fortes, sempre caía sobre si mesma, num vazio cada vez maior e sombrio. E a cada dia ela se recolhia, cada vez mais, à sua insignificância. Fincando raízes em um mundo que ela mesma havia criado, e que a cada dia lutava para se libertar. Sua única sorte era que ainda existia alguém que a fizesse acreditar que poderia viver nele.'

Um comentário:

  1. olá, Karen, não pense que esqueci de você e de seu blog! É que a vida tá corrida mesmo! hehehehe

    Texto curtinho, sofrido e bonito, como sempre, né?
    Mas um final diferente... afinal, o título fala de um alicerce!

    beijos

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