segunda-feira, 15 de junho de 2009

Um pouco de quase nada.

No auge dos meus vinte poucos anos posso dizer que já vi e vivi muita coisa, senti e presenciei casos, pessoas, gritei, chorei, sorri.
Li bons livros em tardes que pareciam entediantes, tomei banhos de chuva inesquecíveis, morri de chorar em filmes melosos, corri sem porquê em tardes ensolaradas.
Já tive quase casamentos, quase insanidades, quase suicídios, quase amores que quase se eternizaram, quase brigas, quase reconciliações, quase esperanças... posso dizer também que quase vivi plenamente e quase fui feliiz...
Às vezes falta tão pouco pra conseguirmos aquilo que esperamos, e esse "quase" pode significar muita coisa na vida de muita gente.
Vivo entre quatro paredes sóbrias, as quais, muitas vezes, parecem ter olhos e julgar cada atitude que tomo, numa cidade barulhenta, a qual não lembro o nome, mas que também não importa, pois na maioria do tempo vivo imersa em meus pensamentos, nos meus devaneios e inconsciente, e nessas horas o mundo físico não mais existe, é só eu e meus outros milhões de faces, ideias, e conflitos.
Conflitos pessoais em que contesto minhas próprias ideias, discuto, e muitas vezes perco, pro meu próprio inconsciente.
Saio ás vezes com alguns conhecidos... amigos? Poucos me entendem, raros me apoiam, e nenhum deles sabe tudo aquilo que cabe dentro de mim, do vulcão sem controle que hora entra em erupção e hora permanece adormecido, ás vezes por tempo demais...'
Já tive várias decepções (quem nunca teve?), tristezas angustiantes, paixões arrebatadoras, amores singelos, mas muitas vezes destruidores. E por mais incrível que pareça sobrevivi a tudo isso, por pior que pareça na hora, todos nós sobrevivemos (vamos excluir os suicidas em potencial =), embora não sem cicatrizes, marcas e alguns ferimentos que ainda insistem em doer, mas que vão sarando aos poucos, pode até ser que ele nunca desapareça e pare de incomodar, mas com certeza vai ficando cada vez mais suportável lidar com isso.
Comigo também persistem alguns ressentimentos, coisas que deveria ter feito, palavras que deveria ter dito, silêncios que deveriam ter continuado intocáveis, pessoas que nunca deveriam ter se despedido, um adeus que nunca deveria ter sido pronunciado... assunto complicado... será que as pessoas especiais realmente permanecem?? Será que existem pessoas tão especiais a ponto de permanecerem, mesmo que não estejam no seu estado físico, mas se fazerem presentes em cada cheiro, toque, gosto, som e imagem???
Acho que não posso responder isso, ainda sou muito imatura nessa vida, pouco sei sobre o amor, sobre felicidade, ainda não experimentei as dores mais profundas nem os prazeres mais deleitosos, não tenho experiência pra julgar a vida, mesmo que ainda o faça.
E, como já deu pra perceber, escrevo no tempo que me sobra, não só para ocupá-lo, mas para espairecer a mente, liberar as ideias, deixar fluir tudo o que me apaixona e que me atormenta, não só como passatempo ou válvula de "escape" mas como uma dependência, um vício, quase que uma droga, não, eu não sou maluca, já tentei parar, acredite, mas como dá pra perceber não conseguii.
Me deixa bem, leve. Não que eu escreva grande coisa, até porque alguém já deve ter notado que eu não escrevo coisa nenhuma, podem até dizer: "aah, mas isso até eu escrevo melhor", não, eu não vou discordar de você. Mas fazer o que né? Cada um faz o que sabe, talvez um dia eu escreva um liivro, que venda bem é claro, em que os meus pensamentos deixem de ser só meus e possam ter um propósito maior. (tá bom, viajei agora.)
E pra terminar, até porque ninguém quer saber tanto assim da minha vida, ainda gostaria de preencher aqueles vazios do quase, porque, só quem sente sabe, que um quase amor, uma quase dor e uma quase vida são bem mais angustiantes do que uma provável morte.'

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