sábado, 6 de julho de 2013

Sem título.

Me perdoa, meu amor
se me falta compostura
pra te amar com essa estrutura
que me diz que é desventura
te amar com tanto ardor.

É que falta-me postura
ao encontrar com tua figura
tão tomada de ternura.
Quero logo ter a bravura
de segurar em tua mão. 

Penso logo -que loucura!
em mostrar-lhe minha cintura
pra conduzir-me pelas curvas 
das molduras do salão.

E ao que diz essa cultura
digo logo: à sepultura!
pois terminaste minha procura
pelo x dessa questão.

Pois no fim da minha história
não há mais escapatória
pro moço da ocasião.

Já foi feita a mistura
quero logo a ventura
a loucura, o furacão

Vem depressa, vem agora
pra amar não se demora
que amanhã já sou senhora
e o tempo não volta não.
Vem fazer da calma, espora
transformar segundo em hora,
do vazio de outrora
um amor de inundação.

Diga logo o horário
pr'eu anotar no meu diário
todo o nosso itinerário:
 te amar com mais loucura
a cada passo de lonjura , 
te escrever uma partitura prum soneto de ocasião
te beijar só com fartura, expulsar toda amargura
me escupir como uma escultura, dentro do teu coração.



Nenhum comentário:

Postar um comentário